sentada com as mãos no rosto, sinto.
que dor é essa que vive em mim há tanto tempo?
que palavras querem sair mas não encontram o caminho
não encontram palavras que não causem desconforto?
quais as palavras que moram aqui
quais palavras eu anseio ouvir
saindo de mim com a minha própria voz
que eu nunca pude dizer antes?
o que é que está escondido tão bem
que nem eu mesma posso saber?
que tipo de dor se achou tão feia
que se escondeu e agora dói por não poder ser vista
dói por pensar que não pode existir?
a minha dor dói por não haver permissão de existir.
e eu me pergunto: o que é que eu ainda não me permito ouvir de mim?
essa é a dor da minha dor.