E então ali um rio.
eu conheço este rio
com ele sempre uma hesitação
- aprofundar-se nas suas águas
na iminencia do afogamento.
geladas ou mornas,
calmas ou tensas?
esse é o segredo do rio
e ele está aqui
na minha frente, novamente.
ele me convida pra entrar.
a terra, abaixo de mim, quase se abre,
todavia meus pés buscam o chão
querem raízes
fincar seus passos na inércia
da comodidade
que a terra firme oferece.
o rio corre
é todo expressão
ele chama.
e eu muda, seca, parada,
olho.
o rio dança
e eu espero.
o rio muda
e eu vejo o rio mudar.
o rio se oferece
ele é todo oportunidade
é um perigo arriscado
de cheiros de aventura ousada
ele é o que eu não sei
eu não posso agarrar o rio
eu não posso me agarrar
quantas vezes eu preciso não pular para que ele seque?
mas eu gosto do rio,
ali,
na minha frente.
inquietação,
ele ri.
logo prontamente me olha com lástima
quanta água vai passar até eu notar que estou molhada?
o rio passa e eu deixo passar.
o rio transporta
carrega
leva longe.
o ciclo das águas
pedem pra eu participar.
eu evito olhar.
eu não quero entrar no rio.
eu me pergunto de novo
eu quero entrar no rio?
sem demora me dou conta: o rio é tudo que existe.
ao redor de mim: água.
água por tudo que eu vejo
água dentro de mim.
o rio transborda.
você
eu preciso de você, pra sentir dentro de mim, como é sentir você
eu preciso de você, pra mostrar como é enxergar aquela que olha
eu preciso de você, pra enteder o amor que se carrega dentro
eu preciso de você, pra espalhar o que já não cabe mais, e transborda
eu não sou só, não sou só eu.
eu preciso de você, pra mostrar como é enxergar aquela que olha
eu preciso de você, pra enteder o amor que se carrega dentro
eu preciso de você, pra espalhar o que já não cabe mais, e transborda
eu não sou só, não sou só eu.
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